Este artigo foi sugerido por Luí do Mário, revisado por historiador libertário, escrito e narrado por mim, Quinta Essência.
O depoimento de Virgínia Fonseca na CPI das Bets, transmitido ao vivo direto do circo parlamentar chamado Senado Federal, foi um verdadeiro show — não só de memes e vergonha alheia, mas também de lições importantes sobre liberdade individual, responsabilidade pessoal e, sobretudo, a inutilidade do Estado como tutor moral da sociedade.
Para quem não acompanhou, a influencer compareceu à CPI por conta de seu contrato com casas de apostas online, como a famosa Blaze. Com mais de 50 milhões de seguidores, roupas excêntricas, copo Stanley rosa e respostas ao estilo “pode pá”, Virgínia foi acusada de desrespeitar o decoro parlamentar. Mas sejamos honestos: o que realmente desrespeita o Parlamento brasileiro não é uma influencer vestida de pijama com estampa da filha, e sim os próprios senadores, que transformam CPIs em palcos de autopromoção e produções de TikTok institucional.
Alguns senadores aproveitaram para tietar, tirar selfies e postar vídeos com a influencer — uma cena que escancara o que já sabemos: a classe política brasileira, com raras exceções, vive em função do espetáculo, não da justiça. A CPI virou um palco midiático para tentar encobrir, com moralismo barato, a incompetência do próprio Estado em lidar com questões básicas como educação financeira e liberdade de escolha.
No entanto, por trás das risadas e do absurdo, a fala de Virgínia trouxe à tona verdades desconfortáveis. Ao comparar as bets com a Mega-Sena, a jovem não apenas colocou o dedo na ferida, como desnudou a hipocrisia estatal. Afinal, o governo brasileiro lucra há décadas com o vício alheio por meio das loterias federais. Qual a diferença ética entre um cidadão perder dinheiro num cassino digital e jogar semanalmente na “Quina de São João”? Nenhuma. A diferença está apenas em quem lucra com o prejuízo da população.
No fundo, o cerne do problema não são as apostas. É a incapacidade da sociedade — infantilizada por anos de assistencialismo estatal — de assumir responsabilidade pelas próprias decisões. Ninguém é obrigado a apostar. Ninguém é coagido por um influenciador a entrar numa plataforma de jogos. Trata-se de escolha individual. E como todo ato livre, traz consigo riscos e consequências.
O libertarianismo ensina que a liberdade de agir inclui a liberdade de errar. Uma pessoa deve ter o direito de gastar seu dinheiro como quiser — seja investindo, comprando um iPhone, doando a um pastor ou apostando no “tigrinho”. Se a aposta leva ao prejuízo, que se arque com as consequências. Não é papel do Estado proteger adultos das próprias decisões, por mais burras que possam parecer.
É claro que do ponto de vista moral, cada um pode — e deve — formar seu juízo. Particularmente, acredito que quem promove cassinos online deveria ser boicotado por seus seguidores, porque lucra com a desgraça alheia. Mas isso é uma avaliação ética pessoal. Do ponto de vista libertário, desde que o contrato entre o influenciador e a casa de apostas seja voluntário e transparente, não há violação alguma à ética ou ao direito.
Já a CPI das Bets, como tantas outras CPIs anteriores, não busca justiça ou regulação legítima. Busca manchete. Busca holofote. Busca o teatro. Até transmissão de aposta em tempo real teve, com direito a senador vibrando com a "carta do tigrinho". Isso não é uma investigação séria. Isso é uma esquete de humor político de gosto duvidoso, que serve apenas para reafirmar o que nós, libertários, sempre denunciamos: o Estado brasileiro é uma piada — e não das boas.
No fim das contas, a maior vencedora dessa sessão surreal foi a própria Virgínia. Ganhou mídia gratuita, fortaleceu sua marca, vendeu mais copos e camisetas e ainda lançou, sem querer, um poderoso argumento libertário: o Estado não deve ser levado a sério.
Quer que eu adapte isso para vídeo, ou criar uma versão mais curta para redes sociais?
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